23/11/2011
Senador americano Joseph Lieberman: “O sábado realmente tem sido o fundamento de minha vida”
EUA... [ASN] Dois dias antes do décimo aniversário do maior ataque terrorista, em solo americano, da história 11 de setembro de 2001, quando dois aviões foram sequestrados e levaram à morte 2.977 inocentes, o Senador Joseph Lieberman, Democrata Independente de Connecticut, em seu escritório, calmamente conversa com um visitante. Aparentemente esquecido de seu compromisso do domingo, com muitas entrevistas televisivas relacionadas a seu trabalho como presidente da Comissão de Segurança Nacional do Senado. Esquecido do resumo confidencial que estava por receber sobre as ameaças potenciais relacionadas ao aniversário do 11 de setembro. Esquecido das muitas exigências do tempo e da atenção de um membro de um dos “clubes” mais exclusivos do mundo, como Senador dos Estados Unidos.
Em vez disso, uma fonte da calma de Liebeman é a abordagem – cerca de oito horas depois de nosso encontro – do dia semanal de descanso conhecido como sábado. Como judeu ortodoxo, Lieberman, com exceção de questões que envolvem a preservação ou salvamento de uma vida, não vota no senado no sábado; quer ele vá para casa antes do pôr do sol da sexta-feira ou tenha de ficar no senado durante as horas do sábado, ele vai e volta de sua casa, na região de Georgetown, Washington, D.C., normalmente acompanhado por oficiais da Polícia do Capitólio dos EUA, como guarda-costas.
Quando ele se tornou o primeiro judeu americano a seguir na lista de candidato político nacional, na ocasião ele era o vice-presidente na chapa de Al Gore, em 2000, que não fazia campanha no sábado, algo que tem mantido ao longo de sua carreira política. O companheiro de chapa de Lieberman, do Tennessee, que certa ocasião estudou na Vanderbilt University Divinity School, compreendia bem o compromisso de Lieberman com o sábado. Esse senador disse: “Na verdade, os Gores celebraram o sábado com o Lieberman e sua esposa, Hadassah, mais de uma vez depois do fim da campanha.”
Essa dedicação é muitas vezes vista nos corredores do Congresso. O sexagésimo terceiro capelão do Senado dos Estados Unidos, Barry C. Black (USN Ret.), é adventista do sétimo dia e, na Câmara dos Deputados, os Deputados Roscoe Bartlett (R-Md.) e Sheila Jacksonn-Lee (D-Tex.) são membros da igreja. Mas entre muitos de seus colegas, incluindo alguns de seus irmãos judeus, Lieberman está quase isolado em sua dedicação de guardar o santo dia do sábado, conforme ordena as Escrituras (Êx. 20:8-11).
O livro A Message for Today (Mensagem para Hoje), de Lieberman, fazendo referência ao renomado Rabino Joshua Heschel, chama o dia de “santuário no tempo”. Ele disse que o sábado “começou como um mandamento, mas na verdade é uma dádiva.”
Essa visão, do sábado bíblico como uma dádiva de Deus para toda a criação, toma o tempo em nosso diálogo. Depois do verão, o Lieberman publicou The Gift of Rest: Rediscovering the Beauty of the Sabbath (A Dádiva do Descanso: Redescobrindo a Beleza do Sábado) (Howard Books), um volume que foi endossado por personalidades tão diversas quanto Cecil O. Samuelson, presidente da Brigham Young University, e o Arcebispo Timothy Dolan, líder da Igreja Católica na cidade de Nova Iorque.
Líder na indústria do livro, a Publishers Weekly declarou: “Essa composição profundamente sincera e de fácil leitura, certamente, irá ajudar as pessoas a repensarem seu conceito do sábado e incentivá-las a descansar.”
Lieberman disse que seu rabino “cutucou-o” para escrever o livro, curiosamente o sétimo volume que ele publicou, o senador destacou com um sorriso. Ele disse que conhece a compreensão dos adventistas do sétimo dia quanto ao sábado e sente que os adventistas do sétimo dia entenderão sua posição. Ele discutiu as questões do sábado com o Capelão Black, que é o primeiro adventista a servir como capelão do Senado americano.
Quando perguntado do por que o sábado é importante, ele respondeu: “Como não é importante? Esse dia me faz lembrar de minhas oportunidades e das responsabilidades nos outros seis dias.” Ele acrescentou que o mandamento do sábado inclui a orientação “seis dias trabalharás e farás toda a tua obra” (Êx. 20:9). E certamente, o livro do Lieberman incluiu um capítulo referente às atitudes no trabalho durante esses seis dias.
O Lieberman crê que a observância do sábado, embora não enfatizado em seu livro, pode ajudar algumas pessoas nos círculos políticos a diminuírem do tom da retórica visto no ambiente superaquecido de nossos dias.
O sábado, ele disse, “incentiva a humildade” ao fazer com que as pessoas se desconectem da rotina normal. “Se o mundo necessita encontrá-lo, irá encontrá-lo”, ele disse, acrescentando que “uma das coisas [a respeito do sábado] é que o tira da exaustão do trabalho. Ao dedicar tempo para a família, para o culto na comunidade e para estar junto à natureza, ‘você ouve aquilo que não ouviria em outras circunstâncias.’”
Essa promoção do sábado é um grito distante das ações, muito tempo atrás, de outro senador do nordeste dos Estados Unidos, H. W. Blair, de New Hampshire. Foi Blair, em 1888, e por vários anos subsequentes, que introduziu a “lei nacional do domingo”, convocando os americanos a respeitarem o primeiro dia da semana, como o dia de descanso. A lei do Blair morreu na comissão, mas suas ações foram suficientes para estimular os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia a começarem a trabalhar pela liberdade religiosa e que segue até nossos dias.
Voltando à questão da Criação, o Lieberman disse não estar preocupado com a expressão de crenças dos políticos, como fazem vários Republicanos, que disputam a presidência em 2012. Porém, ele disse, “As afirmações da fé devem cessar como uma tentativa para quebrar a cláusula estabelecida na Primeira Emenda à Constituição que proíbe a criação de um ‘estado religioso’”. [Equipe ASN – Mark Kellner]
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